A situação mais faz lembrar os jogos da seleção brasileira em campeonatos importantes como a Copa do Mundo e as Olimpíadas, onde o clima de "já ganhou" é sempre finalizado com uma inesperada derrota, e é o que ocorrerá também com o resultado da votação no Senado Federal que se inicia em exatamente 10 dias.
A explicação poderá ser compreendida por meio da análise de alguns fatores importantes que, embora a grande massa ainda não tenha notado, já mostram fortes indícios de que a rejeição do impeachment já não mais preocupa ao Senadores, principais responsáveis pelo veredicto final. Dentre alguns:
- POPULAÇÃO "DORMIU NO PONTO": A baixa adesão das últimas manifestações populares contra a administração comandada pelo PT, justamente na reta final, tem servido como demonstração do desinteresse popular pelo impeachment, e se não, da ação popular. A população já não mais pressiona mais como outrora
- PERIGO "CUNHA" ANULADO: É simplesmente incrível a anulação política do ex-Presidente da Câmara, Eduardo Cunha. Nem o outrora "todo-poderoso", principal responsável e articulador do impeachment, imaginaria um final tão humilhante, pois assim fosse jamais teria sequer assumido oposição! Bombardeado pela Esquerda com o apoio intenso e irrestrito da Imprensa, o que era pra ser um herói nacional hoje amarga seus últimos dias na política e mesmo em liberdade
- ESQUERDAS MELHOR ARTICULADAS QUE A OPOSIÇÃO: Ninguém pode negar que, se tem uma coisa que esse pessoal de Esquerda são bons, é em ser oposição! Não há de se negar sua boa articulação, por mais que um dia já se tenha duvidado e mesmo tido certeza da ilegitimidade de suas manifestações, mas o fato é que, atualmente, a esquerda já domina o debate até mesmo no principal campo da oposição, a internet (em especial as redes sociais)
- OPINIÃO POPULAR NÃO É PRIORIDADE PARA OS SENADORES: Poucos sabem, mas a verdadeira função do Senado Federal é representar os Estados perante a República, e não a população de forma direta (que cabe à Câmara dos Deputados Federais). Além disso, as eleições para o Senado em geral se dão pela maior força de apoio político, sendo pouquíssimos os que se elegem pelo real desejo popular. E pra completar, o mandato de um Senador é de 8 anos, e sendo assim, muitos eleitos no último pleito a 2 anos (2014) só enfrentarão a próxima eleição em 2022, e mesmo os que disputarão em 2018, até lá ninguém lembrará mais do voto neste processo de impeachment
- ATAQUES À TEMER, SUA GESTÃO E ALIADOS: É justo dizer que o Governo Temer, por mais defeitos que tenha, já demonstrou buscar a moralidade administrativa que tanto exigimos (mesmo que minimamente), moralidade esta que não interessa aos grandes capitais e a todo um sistema já enraizado na estrutura nacional. A imprensa quer cada vez mais repasses (o que obteve com o PT e não é garantido com Temer), os corruptores não querem a privatização de empresas públicas cuja administração pelo Estado não seja necessária, a exemplo a própria Petrobras, que privatizada não garantirá mais facilidades aos grandes esquemas de corrupção nela envoltos. Por razões como essas, já é notório o boicote cada vez mais intenso ao novo Governo
- APOIO DA IMPRENSA (PRINCIPALMENTE DA GLOBO): Como dito, a imprensa quer a volta do PT porque, "nunca antes" na história desse país se pagou tantas verbas publicitárias. A estratégia da imprensa será imputar á população a falsa imagem de que o Governo Temer "não foi tão bom assim" e que o retorno de Dilma nada muda. As denúncias de envolvimento de Michel Temer nos sucessivos roubos à Petrobras e seu atrelamento ao ex-Presidente da Câmara, Eduardo Cunha, intensificarão as matérias jornalísticas, fazendo com que a população tenha em mente a imagem de que com Temer não seria diferente e até que seria pior
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